
De acordo com um estudo da National Human Activity Pattern Survey (NHAPS), grande parte do nosso tempo é vivido dentro de espaços fechados como casas, escritórios, escolas, lojas e veículos.
Se considerarmos uma expectativa de vida de 80 anos, isso significa 72 anos serão em contato com arquitetura e design de interiores. Por isso, o impacto desses espaços na nossa mente e comportamento é significativo e vem sendo estudado há décadas.
Nos últimos anos, a Neurociência aplicada ao design ganhou destaque, dando origem a áreas como Neuroarquitetura e Neurodesign. Mas afinal, o que é Neurodesign?
O Neurodesign consiste na aplicação dos princípios da neurociência ao design de interiores para criar ambientes que influenciam emoções, comportamentos e até decisões de compra.
Por que o Neurodesign é importante para o varejo e negócios?
Estudos indicam que até 95% das decisões de compra são inconscientes (Fonte: Harvard Business Review). Isso significa que gatilhos emocionais e estímulos sensoriais têm um papel fundamental na jornada do consumidor. Ambientes comerciais bem projetados ativam áreas específicas do cérebro, gerando sensações como prazer, pertencimento, segurança ou exclusividade — fatores decisivos para aumentar as vendas.
Como a Neurociência explica o impacto do design nos sentimentos
Quando interagimos com um espaço, nosso cérebro processa estímulos visuais, sonoros e táteis no córtex occipital (visão), córtex temporal (audição/memória) e córtex parietal (tato). Essas informações são enviadas ao sistema límbico, responsável pelas emoções.
Ambientes urbanos caóticos, por exemplo, podem ativar áreas relacionadas ao estresse e ansiedade. Por outro lado, espaços que estimulam sensações positivas aumentam o bem-estar e podem até acelerar processos de cura, como mostra um estudo do Hospital Universitário de Hamburgo (Alemanha). Nesse estudo (2022), pacientes com vista para áreas verdes e maior iluminação natural tiveram internações significativamente mais curtas do que aqueles que viam apenas construções.
Esse mesmo princípio pode ser aplicado a projetos comerciais, melhorando experiência do cliente e performance de vendas.
Estratégias de Neurodesign e Visual Merchandising para Vender Mais
Para aumentar conversões no varejo e criar experiências inesquecíveis, arquitetos e designers utilizam estratégias de Neurodesign combinadas com Visual Merchandising.
Biofilia: inserção de elementos naturais (plantas, água, materiais orgânicos) para reduzir estresse e gerar acolhimento.
Iluminação estratégica: luz focal em produtos-chave cria sensação de escassez e urgência.
Layout intuitivo: direciona o fluxo, evita confusão e aumenta tempo de permanência.
Aromas e música ambiente: sons agradáveis e fragrâncias exclusivas melhoram humor e reforçam identidade da marca.
Materiais e texturas: madeira, tecidos e elementos naturais transmitem conforto e pertencimento.
Exemplos reais de Neurodesign aplicado ao varejo
Um exemplo claro do uso do Neurodesign é o da Nike House of Innovation (NYC e SP) que traz uma experiência imersiva com sons, luz e telas gigantes, que ativam o sistema límbico, gerando excitação e sensação de pertencimento a um estilo de vida.
Em lojas de moda, os espelhos grandes e espaços amplos com cabines confortáveis aumentam o bem estar e a depender do tipo de iluminação e material utilizado, trarão conforto e relaxamento aumentando o tempo de permanência e reforço da autoimagem positiva, elevando a probabilidade de compra.
Outro grande exemplo de Neurodesign aplicado a ambiente comercial é o da Apple Store que conta com layout aberto, mesas baixas com mesma altura, gerando a proximidade e acessibilidade aos produtos, possibilitando o toque com a quebra de barreira psicológica da compra. Assim como, o chamado white space, ou seja, o espaço todo branco com materiais naturais, como madeira clara, que reduz o estresse visual e transmite exclusividade.
Essas estratégias ativam emoções ligadas ao sistema límbico, elevam o nível de engajamento e geram conexões emocionais com a marca.
Por que investir em Neurodesign?
Com base em estudos científicos e técnicas de Neuromarketing, o Neurodesign não apenas transforma a estética de um ambiente, mas molda comportamentos, gera experiências memoráveis e aumenta as vendas.
Aplicar Neurociência no design comercial é criar espaços mais funcionais,emocionais e lucrativos — conectando pessoas e marcas por meio de experiências positivas.